Estreia hoje no Anime Cote uma nova redatora, a Escritora Otaku. Que nem eu e o Bebop, ela também é colaboradora no site de resenhas Anime Haus, onde podem ser vistos outros textos de sua autoria. A equipe do Anime Cote lhe dá as boas vindas, e agora segue abaixo sua primeira resenha no blog.
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Nomes alternativos: Metantei Conan (em japonês); Clase Closed (em inglês)
Ano: 1996
Diretor: Koujin Ochi é atualmente o quarto nome no cargo de direção, onde se encontra desde o episódio 505
Estúdio: TMS Entertaimment
Episódios: Mais de 670, em exibição.
Gênero: Comédia / Drama / Policial / Suspense
De onde saiu: Mangá, 77 volumes, em andamento.
O que serve para se criar uma série policial? Existem fatores que caracterizem este estilo de série, sendo que as mais comuns são trazer personagens que bancam detetives ou policiais – na maioria das vezes - resolvendo casos dos mais variados: gênero que tem sido elaborado desde a década de 70 e que apesar de não ser tão comum quanto os “shounen battles” ou típicos romances, tem seus representantes e dos mais variados tipos. Quem quiser conhecer melhor sobre este estilo de anime, vá ao Anime Portfolio, que fez um post referente a animes policiais, que pode ser visto clicando aqui.
A série que será apresentada é deste estilo e sem dúvidas, a que mais aproveita estas características e que não demonstra sinais de cansaço: sejam bem-vindos ao universo de “Detective Conan” e por que ainda está em publicação e exibição. Como parte das séries que costumamos acompanhar, a história se origina de um mangá do mesmo nome, que vem sido publicado na Shounen Sunday – editora que publica “Silver Spoon”; “Magi”, “Kekkaishi” e outras obras conhecidas ou não – que abriu as portas para que a série demonstrasse seu potencial e está até hoje, sendo um dos mangás mais longos da editora em publicação. Talvez, outras séries tão longas quanto “Detective Conan” sejam “Hajime no Ippo” e “Jojo’s Bizarre Adventure”, que têm anos e anos e possuem seu público cativo.
Peraí? Quantos anos tem o mangá, especificamente? A publicação vem desde 1994, ou seja, a série tem exatos 18 anos ininterruptos e o anime não foge à regra: desde 1996, sendo 16 anos exibido na Nippon TV e sendo um dos animes de maior audiência do Japão. Fora que tem 16 filmes, vários OVAs – especiais de vídeo – três live-actions e dois especiais com outra série clássica no Japão, “Lupin III”. Podem acreditar: se estes números são tão impactantes, é porque é bom, não importando o que tem pra ter tanto tempo na estrada.
O anime foi lançado dois anos depois de ter seu mangá lançado, o que significa apenas um detalhe importante: na época, pra um mangá virar anime era preciso ter conquistado o público e apresentar uma história convincente, fator que é quase nulo atualmente. Então, não venham reclamar que séries antigas não tem charme, porque elas têm: basta somente conferir e ver o que podem oferecer ao espectador, claro que não são todas, só pra constar.
E agora? Dá pra contar o enredo e saber o que “Detective Conan” pode transmitir ao público ou porque está mantido em publicação e em exibição até hoje?
O enredo do anime começa com um caso de assassinato numa mansão, onde está tendo uma festa: um homem é morto num dos aposentos da residência e quando é encontrado, a polícia é chamada. Mas também tem mais alguém, que não é da polícia, só que é importante para o caso ser resolvido e é o protagonista da série: o jovem detetive colegial Kudo Shinichi, que usa sua inteligência e habilidades dedutivas pra resolver os casos que parecem ser sem solução.
Espera aí? O nome do anime é “Detective Conan”, então, por que o protagonista é chamado de Kudo Shinichi?! Calma, que vão entender...
O rapaz acaba explicando o que sucedera no assassinato e depois de expor os fatos, aponta para o culpado, resolvendo o caso e deixando o assassino na maior saia justa. Depois disto, no outro dia, vemos ele acompanhado de uma garota, que é sua amiga de infância e que o protagonista é apaixonado secretamente. Seu nome é Mouri Ran, filha de um detetive particular e que conhece bem a personalidade de Shinichi melhor que ninguém, e os vemos indo para o colégio. Durante o caminho, ela o convida a ir a um parque de diversões, caso ela ganhe a competição de caratê – e ela é boa nisso, portanto, não a irritem, por favor – e ele topa.
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É aí que o nome do anime vai fazer mais sentido, pois Shinichi os segue e vê uma transação ilegal acontecendo e quando vai interferir, um dos homens de preto bate na cabeça dele e lhe dá uma droga experimental, cujo efeito é matar a vítima sem deixar rastros, e eles vão embora. A droga faz efeito, mas, não da maneira que deveria, pois o que acontece é que o personagem diminui de tamanho até ficar pequeno. Quando é encontrado por dois policiais, acorda e pelo caminho percebe que a droga o transformou em uma criança, mas, manteve a mentalidade juvenil.
Chegando em casa, encontra o seu vizinho - o simpático e metido a cientista maluco, o Professor Agasa - e consegue convencer que é o próprio Kudo Shinichi, demonstrando suas habilidades dedutivas; troca de roupa e é aí que a situação fica complicada: sua amiga aparece e pede pra ser apresentado, e como não pode dizer seu real nome, fica encurralado no meio dos livros que compõe a biblioteca de sua casa. E é neste momento que olha para a lombada dos livros e escolhe duas partes de nomes de autores e se apresenta: Edogawa Conan.
Que nome... De quais nomes deram origem a este nome incomum? O sobrenome, Edogawa, vem de Rampo Edogawa, um escritor japonês de histórias policiais; e o primeiro nome, Conan, vem de Sir Arthur Conan Doyle, escritor inglês que criou as histórias do mais famoso detetive na literatura, Sherlock Holmes. Um nome que combina com a personalidade que Shinichi terá de se apresentar, afinal, se os homens de preto souberem que ele está vivo, a coisa pode ficar feia pra ele e para os que se envolvem com sua pessoa.
Resolvido a respeito da nova identidade, Conan vai morar na casa de Mouri Ran e de seu pai, o detetive particular Mouri Kougorou, e com eles vai se aventurar nos mais variados casos policiais ou particulares, usando de suas habilidades e de seu intelecto ao longo da série. Com isso, voltará ao ensino fundamental – de novo – e se envolverá em várias aventuras policiais.
Sobre os personagens da trama, a lista é um tanto extensa, até porque pra quem costuma assistir séries longas, é preciso criar personagens que interajam com os personagens principais e aproveitar para criar personagens secundários. O anime/mangá usa bem este recurso, pois como cada caso é diferente do outro, é preciso ter muita cabeça para seguir adiante. Por isso, serão apresentados apenas os três personagens que fazem parte da trama em geral: o protagonista Kudo Shinichi/Edogawa Conan; a amiga de infância e paixão secreta do protagonista, Mouri Ran; e o pai dela, o detetive particular Mouri Kougorou. São os que mais aparecem na série e com eles, a maior parte dos casos apresentados, afinal, se trata de uma série policial e precisamos de um núcleo que faça os fatos acontecer.
O protagonista não tem nada que seja extraordinário, apenas sua capacidade de analisar os casos é o seu elo mais forte, superando muitos personagens que dependem apenas da força bruta ou de poderes para superar os desafios. Um personagem normal, se preferirem... Shinichi gosta de futebol e costuma ficar dando umas embaixadinhas pra relaxar e ter mais mente fria para pensar, e seu maior exemplo é justamente o próprio Sherlock Holmes – nos livros, o detetive costuma tocar violino pra pensar melhor e se distrair – sendo sua maior admiração em sua vida. O personagem sabe muito bem quais procedimentos são feitos durante as investigações e como analisar as pistas que são deixadas nos crimes. Só há apenas um assunto que ele é péssimo: música e, além disto, canta muito, muito mal...
Ao se tornar novamente em uma criança, ele terá que readaptar sua vida e por mais que pareça uma criança qualquer, precisa fingir que tem exatamente a idade que aparenta. Por isso, costuma acontecer ele se esquecer deste detalhe e quase acaba com a “farsa”, quando se lembra do que já passou ou quando escutam as deduções dele. Tais cuidados são importantes para não descobrirem que ainda está vivo.
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Contudo, aos poucos recupera a credibilidade e isso é graças ao Conan, que consegue dar um jeitinho pra que Kougorou seja reconhecido e passe a ganhar mais popularidade. Como é possível, é graças às invenções feitas pelo Professor Agasa que Conan usa durante os casos: isto é um dos trunfos que o protagonista usa e estas invenções já salvaram a pele dele ao longo da série. Elas são as responsáveis para que Mouri Kougorou fosse reconhecido como um grande detetive e é mais ou menos assim: no momento que Conan já sabe quem é o culpado ou culpados, usa um relógio que contém um dardo sonífero e adormece o Kougorou, e, usando uma gravata sintetizadora de voz, usa a voz dele e dá as conclusões a respeito dos casos. E assim, o grande detetive Mouri Kougorou resolve mais um caso.
Pra terem uma ideia, estes casos são um dos fatores do anime/mangá durar tanto tempo: cada caso apresenta características bem distintas e mesmo que haja repetições em certos tipos, são vistos de uma forma diferente da outra. Isso dá para a série um estilo próprio e ao mesmo tempo, inovador, pois não vai decair na forma de apresentar o caso da semana. Outra característica é por ser uma série policial mais tradicional, onde é mostrado o caso, as causas, as pistas e a solução; quem já viu séries policiais como “CSI”, se sentirá em casa. Claro que a série não fica banalizando o crime ou mostra cenas impactantes demais, só mostra o que aconteceu e os motivos daquele crime ter ocorrido, sendo até leve neste quesito. Mas, não se deixem enganar pelo traço da série, porque apesar do estilo remeter a séries infantis – “Pokémon” lhe deseja lembranças – a animação e o mangá não são essencialmente infantis em seu conteúdo: haverão cenas fortes e as mortes são mostradas, não importando se é um assassinato, sequestro, roubo ou outras opções criminosas.
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E tem os episódios duplos, quando um caso é mais elaborado e não dá pra resumir em um único episódio: nestes casos, o crime é cheio de pistas e a lista de suspeitos costuma ser maior, no mínimo dois ou mais suspeitos. A série aproveita e muito deste recurso, dando a oportunidade de analisar o caso com mais calma. Isso dá para o espectador a chance de descobrir quem foi o culpado daquele caso, antes que o protagonista defina a solução e isso é bem bacana, pois podemos definir o causador de tudo a partir das pistas dadas durante o episódio.
Por isso e outros fatores que não serão citados para não estragar as surpresas que a série oferece, “Detective Conan” é um daqueles casos de animes/mangás onde é possível bancar o detetive e quem sabe, conhecer um anime que diferencie dos animes que estamos acostumados a assistir. Um verdadeiro clássico nos mangás e nas animações japonesas: é apenas assistindo que verá o porquê é uma série tão simples e ao mesmo tempo, tão complexa em sua execução.
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Seja bem vinda e boa sorte!
ResponderExcluirO Animahaus sempre foi um ótimo guia pra mim (e para muitos), mas é uma pena ser atualizado a cada 3 meses!
Ótima Review!
Olha o pessoal roubando meus leitores, pra transformá-los em autores de seus blogs =D. Excelente post Escritora! Tão bom como seus comentário lá no AP, talvez um pouquinho melhor!
ResponderExcluirSem brincadeiras agora, ficou muito bom mesmo esse post sobre Conan! O que me lembra que preciso voltar a vê-lo.
Temos bons "olheiros" para buscar novos talentos na blogosfera. ;)
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